terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vestígios

Não foi nada. Deu saudade, só isso. De repente, me deu tanta saudade.(Caio Fernando Abreu)


Sentada sozinha na mesa, de costas para as pessoas que estavam na festa, ela tentava se manter reservada. Pensava na vida, em acontecimentos anteriores e em alguns bem recentes. Quando se levantou para ir ao banheiro, analisou o ambiente, um pouco receosa e, como se algo buscasse seu olhar para um lugar iluminado, ela enxergou. Mais do que depressa ela continuou caminhando, mas, na hora de voltar para a mesa, a tensão havia dobrado. Ela jamais imaginou que pudesse encontrá-lo na mesma festa e, a última coisa que ela queria era vê-lo ou ouvi-lo novamente.

Agora que sua visão estava mais limitada, ela só queria saber de ir embora dali o mais depressa possível. Sentou-se à mesa mais uma vez e, pegando sua bolsa, logo se despediu das pessoas ao seu redor. Ela caminhava rápido, rápido demais para alcançar seu carro que se encontrava no estacionamento. E só tinha certeza de uma coisa: ela tinha que sair dali.

Ao se aproximar do carro, já tirando as chaves da bolsa, antes mesmo que ela pudesse levantar os olhos para comprovar, seu corpo reconheceu o perfume que vinha através da brisa. Era ele. Ela não precisaria nem mesmo olhar, pois, ela sabia que ele estava ali. Quando levantou o rosto, pôde ter a certeza, ele estava em pé, ao lado de seu carro, à sua espera. Nesse mesmo momento seu corpo esfriou, o estômago embrulhou, a respiração faltou e o coração disparou. Parada ali, em frente a ele, ela pôde ter a maior certeza de toda a sua vida: ainda restavam vestígios dele dentro de si.

(Rafaela Bucci)


Um comentário:

  1. Ai menina, que coisa linda é esse seu blog!
    Encontrei ele na comunidade do Caio, sério mesmo, amei!

    Beijos, espero que me visite também viu?

    Um Maravilhoso ano novo pra você!
    Seguindo aqui!

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