terça-feira, 17 de agosto de 2010

Quando era criança...

Quando era mais nova, tinha grandes sonhos. Sonhava alto, sem limites e acreditava em muitas coisas. Acreditava que as coisas viriam fáceis na vida, que as pessoas eram todas felizes, que todos eram amigos, que a noite durava apenas uma noite, que o amor não machucava, que amigo era aquele que me mostrava um sorriso, que um irmão era aquele que sempre estaria ali pra me ouvir, que meus pais seriam eternos...

Enfim, eu acreditava na vida!

Porém, quando cresci e me deparei com a realidade dura e fria, meus sonhos de menina foram jogados ao vento. Percebi, talvez da pior maneira, que nem tudo o que eu desejava viria fácil e, às vezes, era necessário lutar mais do que o necessário para alcançar um mísero sonho. Percebi que as pessoas estão tão preocupadas com seus pequenos problemas que se esquecem de sorrir e, muitas vezes desse modo, acabam destruindo um momento na vida de alguém. Percebi que nem todo mundo é amigo e, por mais que eu queira tentar entender, existem pessoas que simplesmente não agradamos e farão de tudo para nos prejudicar. Percebi que existem pessoas invejosas e, são essas as que mais irão sorrir para mim. Percebi que uma noite fria pode durar vários dias e, só quem vive isso, sabe a dificuldade que é de fazer Sol. Percebi que o amor, por mais belo que seja também machuca às vezes, mas, nos ensina muito. Percebi que amigo é aquele que não precisa me mostrar um sorriso, porque, o que ele me dá é algo muito maior. Percebi que um irmão nem sempre é tão meu amigo quanto desejaria, mas que para compensar isso, Deus coloca amigos que são verdadeiros irmãos na nossa vida. Percebi que meus pais – infelizmente - se vão um dia e não há nada que eu possa fazer para mudar isso...

Por mais difícil que seja acreditar em mudanças, ainda sonho alto e sem limites. Continuo com a mesma esperança de quando era criança e, ainda acredito que sonhos se tornam realidade. Talvez sejam os meus que ainda não estejam maduros para florescer. Mas, um dia eles irão. Eu tenho certeza.

(Rafaela Bucci)


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Despedida de um sonho


Depois de alguns dias pensando sobre o assunto, ela simplesmente se deu conta de qual atitude tomar. Não lhe seria fácil e, só de pensar sobre a situação, seu coração se enchia de mágoa e a frustração vinha acompanhada de lágrimas nos olhos. Ela tinha que tomar essa decisão, não havia outro modo. Ela teria que desistir, por ora, do seu grande sonho.
Por acaso existe frustração maior que a gente ter que desistir de um grande sonho? Quanto mais tentava entender, mais confusa ela ficava. E não adiantava adiar, isso precisava ser feito já. Foi então que a realidade veio à tona e ela chorou, chorou e chorou. Quando as lágrimas se esgotaram, ela lembrou de um grande conselho que havia recebido e, por mais difícil que fosse tomar essa atitude, ela sabia que estava tomando a decisão certa. De certa forma, recompensas viriam, aliás, sempre vêm para boas pessoas.
Mas, enquanto a cicatriz ainda estava aberta, só lhe restava curtir a dor e esperar. Como dizia o grande Caio, "Trata-se de uma decepção diferente...não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada".

(Rafaela Bucci)