segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia."

(Martha Medeiros)


terça-feira, 19 de abril de 2011

"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir."

(Ana Jácomo)




segunda-feira, 11 de abril de 2011


Ele é um super-homem quando a gente precisa e uma criancinha fofa quando a gente também precisa. Meu Deus, agora faço o maior dos esforços do ano: por que cacete deixei de gostar desse cara? Chocolatinhos, vinho, som ambiente, escurinhos. Ele pára o mundo todo, se ajoelha no sofá deixando as mãos no meu colo: “Você não sabe a saudade que eu senti todo esse tempo.” Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros, as mulheres lindas nas capas das revistas são empilhadas descartavelmente e viram nada, a poluição vira oxigênio puro e cor-de-rosa, o outro homem que é dono sem merecer do meu corpo magoado explode no ar deixando apenas estrelas para iluminar meu recomeço, as dúvidas todas do que fazer pelos próximos mil anos se simplificam porque eu só desejo viver aquele momento, sim, sim, sim, eu quero zerar tudo de antes e de depois e amar esse homem agora, como antes, como nunca. Por que não? "

(Tati Bernardi)

domingo, 10 de abril de 2011


"Era uma vez o País das Fadas. Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor idéia de como fazer para chegar lá. Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar."
(Caio F. Abreu)

quarta-feira, 6 de abril de 2011


"O amor é mais pleno quando as pessoas envolvidas não precisam do outro para se sentir realizadas. O amor transcorre mais serenamente entre aqueles que se sentem inteiros, desprendidos e então podem se entregar."

(Roberto Shinyashiki)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Estranho reencontrar uma grande amizade, um grande amor ou mesmo, reviver momentos que, mais do que de repente, batem na nossa porta sem pedir permissão e entram deixando tudo bagunçado.

Hoje mais do que nunca o meu baú de recordações foi aberto e, mal sabia eu o quão profundo ele era. Quantas bagunças acumuladas ele guardava, quantos retratos velhos tirei, quanta coisa vivida, quantas pessoas esquecidas, quantas atitudes erradas…

E hoje, também mais do que nunca, uma recordação se destaca de todas as outras memórias. Ela bate, cutuca, acena e pula em cima das outras. Mas, quando olho fixamente para ela, meu peito se fecha e meu coração começa a sangrar.

Rapidamente fecho o baú, tranco-o e coloco a chave em um lugar em que nem mesmo eu consiga encontrar depois. Acho que ainda não estou preparada para encarar alguns fatos reais, ou talvez nunca esteja. O que me resta mesmo é seguir em frente. Deixar que o rio da vida siga seu caminho conforme tem de ser.

(Rafaela Bucci)



"Como se ela não tivesse suportado sentir o que sentira, desviou subitamente o rosto e olhou uma árvore. Seu coração não bateu no peito, o coração batia oco entre o estômago e os intestinos."

(Clarice Lispector)

sábado, 2 de abril de 2011


'São saudades de um mundo contente feito céu estrelado. Feito flor abraçada por borboleta. Feito café da tarde com bolinho de chuva. Onde a gente se sente tranquilo como se descansasse num cafuné. Onde, em vez de nos orgulharmos por carregar tanto peso, a gente se orgulha por ser capaz de viver com mais leveza.'

(Ana Jácomo)