domingo, 30 de maio de 2010

Tomei um banho bem demorado. Queria limpar tudo de sujo que estava em mim, se possível, até o que estava por dentro de mim. Sequei o cabelo, coloquei um pijama e deitei na cama. Olhei para o relógio, eram oito horas da noite, ainda me restavam três horas de sono até o Eric chegar da faculdade e me ligar ou aparecer em casa.

Tudo o que eu mais queria era descansar, não ver ninguém. Mas se depois de um mês sem vê-lo eu ainda negasse uma visita no dia da minha chegada, ele ficaria muito chateado e isso renderia assunto para o resto do dia, do mês ou do ano. E o que eu menos queria era uma discussão, ainda mais hoje.

Fechei os olhos, respirei bem fundo, lembrei de Medley e do elevador. Meu estômago embrulhou e eu bloqueei meus pensamentos. O sono chegou sem me dar tempo de pensar em mais nada, meus pensamentos agora vagavam em meio à escuridão, em meio à paz que eu tanto procurava e só encontrava aqui. Deixei-me levar e dormi profundamente.

(Rafaela Bucci)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sufoco

Acordei naquela manhã com o sol batendo em meu rosto. Parecia que ele estava mesmo disposto a me perturbar. Mais um dia, pensei. Nada de novo estava por vir, nada de especial, nada de nada. Somente mais um dia.

Levantei com o mesmo intuito de todas as manhãs, ou seria falta de intuito? Arrumei-me e fui pra faculdade, o que não me gastaria mais do que dez minutos para chegar e, como sempre, passei na cafeteria para pegar meu chocolate quente. O céu estava ensolarado até demais, havia pessoas de regatas e shorts, o que era estranho para uma cidade como Medley que dificilmente fazia calor.

Mas nem mesmo essa manhã linda, como todos estavam falando na sala, me fez animar. As mesmas cadeiras, as mesmas pessoas, os mesmos assuntos. Será que elas não se cansavam nunca dessa monotonia? Porque eu estava cansada! Mas não conseguia me mover diante das situações. Tudo o que eu conseguia sentir e pensar se resumia em uma única palavra: sufoco!

(Rafaela Bucci)

terça-feira, 18 de maio de 2010

O tempo parou pra ela naquele momento. Quando abriu sua caixa de e-mail e leu o recado que por tanto tempo esperava e sonhava, seu mundo desmoronou. A notícia que lhe aparecera não era sem sequer parecida com a esperada.

Uma corrente fria transpassou suas costas e, inconscientemente, ela começou a chorar. Um choro de tristeza, amargura, dor e decepção. Nada mais lhe importava e, depois de tudo, ela estava se permitido afundar nesse obscuro.

Todo seu esforço e dedicação tinham sido em vão. Não havia mais recompensa nenhuma e, quanto ao seu sonho... Bom, seu sonho foi afogado junto a tantas lágrimas que escorriam. O mais doloroso é que ela sabia que agora esse sonho estava longe novamente.

Por hora, ela não conseguiria se levantar para correr atrás dele, isso estava totalmente fora do seu alcance. Por um tempo indeterminado ela não iria procurá-lo e, somente após cicatrizar sua ferida, é que ela pensaria em por onde começar a procurá-lo novamente. Enquanto isso, era só ela.

(Rafaela Bucci)


domingo, 16 de maio de 2010

Não consigo entender...

Eles estavam sentados na sala de estar, apenas folheando algumas revistas quando ela fechou bruscamente a sua e disse:

- Juro que não consigo entender!

- Não consegue entender o que? – ele disse.

- Não sei... Nos meus sonhos era tão diferente. A gente amava sem se cobrar, chorava sem doer, se beijava por tempo indeterminado, dormia e acordava feliz, ria de todas as indiferenças, brincava sem receio, brigava de mentira, não enjoava nunca, comia sem culpa, corria sem obrigação...

- Eu sei meu bem, eu sei. Mas, olha, não desanime. Os sonhos têm seu tempo certo de nascerem para a realidade. Os seus estão apenas em fase de gestação, isso não significa que eles não nascerão. Ao contrário do que você pensa, eles vão nascer. É só questão de tempo.

Ela levantou os olhos para os dele e os fitou por alguns segundos, em seguida lançou-lhe um belo sorriso. Um sorriso cheio de significados, mas, acima de tudo, o significado de algo maior. Abriu novamente sua revista e, encontrou-se aliviada e feliz. Ela havia reencontrado o que havia perdido: sua companheira esperança!

(Rafaela Bucci)


terça-feira, 11 de maio de 2010

Em busca de um sonho

E quanto mais ela queria entender os acontecimentos em sua vida, mais ela se encontrava perdida. De tempos em tempos parava para pensar em que rumo sua história estava sendo traçada. Quando isso acontecia, enxurradas de pensamentos tomavam conta de si, entrelaçados a dúvidas, remorsos, esperanças e sonhos. Principalmente sonhos.

Diferente da maioria, ela acreditava que sonhos podiam se tornar real. Mesmo aqueles mais profundos. Ela já havia se deparado com um, aquele considerado o “número um”, mas, acabou se assustando por ele estar tão perto que acabou afastando-o para bem longe. E foi nesse momento que ela sentiu a frustração e a decepção de não ter sido mais receptiva.

Porém, de nada adiantaria lágrimas e, como uma mãe em busca de seu filho, ela foi atrás desse sonho perdido. Andou por becos escuros, florestas cheias de monstros, nadou em lados profundos e, quando achou não ter mais esperanças, lá estava ele. Acuado ou talvez com medo, quem sabe?

Olhando-o agora de perto, ela sabia que não tinha o porquê temer ou se assustar. De alguma forma, eles achariam uma maneira de se entenderem ou de se completarem. Porque, de uma coisa ela tinha certeza, ele precisava dela tanto quanto ela dele.

(Rafaela Bucci)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Oi gente,
Desculpem a demora para eu postar aqui no blog, mas a faculdade está me consumindo todo o tempo possível que tenho. Mas, assim que der, eu volto com um texto de minha autoria.
Uma boa semana para tdos!

Beeijos


" Somos inocentes em pensar, que sentimentos são coisas passíveis de serem controladas. Eles simplesmente vêm e vão, não batem na porta, não pedem licença. Invadem, machucam, alegram (...) "

(Caio Fernando Abreu)