sábado, 24 de julho de 2010

A mesma garota

O som tocava baixo dentro do carro parado em que eles estavam. Enquanto ela olhava o nada, ele não desgrudava os olhos dela, simplesmente a olhava com um olhar de súplica, medo ou mesmo desespero. Toda vez em que ela tentava sair, ele a segurava com mais força, porque, só ele sabia o tamanho da dor que sentiria se ela saísse por aquela porta. Ele a amava acima de tudo e não poderia suportar viver dessa maneira.
Ela o olhou mais uma vez, seus olhos estavam cheios de lágrimas, porém, ela não conseguiu dizer sequer uma palavra. Ele tocou seu rosto, acariciou-o e o segurou em seus mãos olhando fixamente para ela.
- Eu te amo! - ele dizia. - Eu te amo e simplesmente não consigo viver sem você! Não consigo nem ao menos pensar em como seria a minha vida se isso acontecesse!
- Eu sei disso, mas...
Antes que ela pudesse concluir o seu pensamento, ele a puxou para junto de si e a beijou. Um beijo forte, que traduzia para seus lábios tudo aquilo que ele sentia. Então, ela pôde entender de forma mais clara o que ele queria lhe dizer.
- Eu sempre vou estar ao seu lado. De agora em diante não deixarei que nada lhe machuque. Antes de pensar que algo poderá lhe corroer por dentro, eu estarei lá por você; antes de se arrepender de qualquer atitude tomada, também estarei lá com você. Não tenha medo meu amor, eu estarei sempre aqui. E, mesmo que você não me queira mais, eu continuarei te amando na eternidade, mesmo após a morte, porque, você é e sempre foi a única mulher que amei e amarei em toda minha vida.
As lágrimas que teimavam em escorrer, desciam agora pelo rosto dela, uma atrás a outra. Novamente ela não conseguiu dizer nada, mas o abraçou muito forte, tão forte como se fosse o último abraço. E, entre lágrimas, sussurrou em seu ouvido:
-Eu te amo para todo o sempre e quero estar com você em um momento chamado sempre.

(Rafaela Bucci)

domingo, 18 de julho de 2010

Siga seu coração


Eu não sei bem dizer o porquê ou como certas coisas acontecem na nossa vida. Mas eu sei reconhecer bem a dor de alguns desses acontecimentos. Reconheço de longe a tortura que eles nos causam, a falta de ar, a dor no peito, o medo...

Alguns desses passam dias, semanas ou mesmo meses sem aparecer mas, em alguma época do ano, eles sempre tornam a aparecer para uma visita. E, às vezes, nem são convidados. Porém, bem vindos ou não, nós temos que aceitá-los em nossa vida por uma temporada.

Simplesmente não existem palavras para descrever alguns desses sentimentos e, sendo assim, o que devemos fazer quando eles vêm nos visitar?

Chorar? Espernear? Gritar? Rezar?

Não existe uma resposta e, certamente, não existirá nunca. Essa resposta só quem pode dar é o seu coração querido amigo, pois, ele sempre foi e sempre será o dono da nossa razão. Siga seu coração.

(Rafaela Bucci)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Só rezando

Quando paro pra analisar as coisas que acontecem ao meu redor, simplesmente fico chocada. Talvez estagnada seja a palavra certa. Se perguntarmos o porquê de tantos atos idiotas e chulos, a resposta será ainda mais ignorante e vazia.
Não existe um porquê, não existe um trauma... não existe nada. O que existe são pessoas ainda mais vazias que vivem procurando uma resposta em coisas precárias da vida, coisas sem sentido ou mesmo coisas vagabundas. Pessoas que não conseguem olhar para si próprios, pois, se o fizerem, conseguirão enxergar a podridão que há por dentro de si. Pessoas que por esses atos, só conseguem culpar às outras por qualquer acontecimento válido ou não.
Quando olho para esses seres e para essas atitudes, sinto raiva, decepção ou mesmo dó. E quando me pergunto o que poderia fazer para mudar essa realidade, penso que não existiria uma resposta. Simplesmente não existem atitudes para mudar qualquer um desses seres humanos. Porém, em uma coisa eu acredito fielmente, só "Aquele Cara lá de cima" é que poderia dar jeito nessa situação. Por isso, vamos rezar!

(Rafaela Bucci)

domingo, 4 de julho de 2010

O que ela mais desejava nesse momento era poder viver outra vida. Esquecer de vez seus fantasmas, nem que fosse por um mísero segundo e poder seguir em frente sem medo. Tudo o que ela queria era ser livre, poder viver em paz sem receio, mas, ela sabia que isso era impossível. Tão impossível quanto o ser humano viver sem ar, o animal marinho sem o oceano ou a noite sem o luar.
Ela só queria achar novamente a sua felicidade que há tempos não encontrava. E, parecia que não iria encontrá-la tão cedo. Uma lágrima escorreu de sua face e com uma dor enorme no peito ela pôde compreender o porquê e como fugir desses fantasmas. Ela teria como enfrentá-los ou faltaria coragem?
Entretanto, de uma coisa ela tinha certeza, a dor não cessaria de maneira alguma. Qualquer atitude que ela fosse ter iria acarretar consequências dolorosas e frustantes. Ela respirou fundo e foi em busca de cicatrizar a ferida que a vida havia lhe dado.

(Rafaela Bucci)